O meu corpo conhece de cor o encaixe do teu, cada contorno é esboço que faço na folha nua e imaculada. És como prata, fina e singela, que na suavidade da pele acaricio com a ponta despida dos meus dedos. Percorro a lonjura do teu corpo, em toda a sua extensão, como praia deserta onde apenas cabem minhas mãos. Voo, na planura ondulada do teu ventre, como flamingo rosado, seguinte a corrente desse teu rio subterrâneo que alimenta a foz do teu prazer. Caminho na ponta dos dedos, pelas ruas vazias da tua pele, subindo às alturas, escalando teus desejos como se fosse pincel em tela virgem, como se fosses tu a minha vertigem.
Sabes como amo cada recanto perdido nos detalhes que, escondidos descubro em cada noite de amor. Percebes como sou o teu escultor que em cada curva esbate a concavidade, transformando teu corpo nesta convexidade. Sabes, não sabes? Que dia após dia me entranho em cada poro, no caminho inverso, procurando entrar no teu corpo, que é agora também o meu.

3 comentários:

  1. Cada palavra tua, é um convite para percorrer esses caminhos inversos…seguir um rumo por trilhos de um desejo sem fim…viajar na quimera do tempo…
    …é querer, que um sopro nos sussurre suavemente ao coração…
    …é…um alento à alma apaixonada!
    :)

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  2. Sedutor.
    Descreves lindamente o encontro procurado.
    Descreves intensamente o encontro de almas na união de seus corpos.

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