Percorro-te nos campos abertos de teu corpo, correndo com a ponta dos dedos, voando por entre penhascos e penedos. Sentes o vento da minha emoção, comoção com que derramo sobre teu corpo as águas dos meus lamentos. Lágrimas de chuva que se precipitam do céu do meu corpo que arde no desejo de ser teu. Como um traço subtil oscilo nas curvas convexas do teu corpo de mel. Tu, preenches-me em cada uma da tuas concavidades, resguardando o meu corpo nu de toda e qualquer adversidade. Envolves-me no manto translúcido do teu olhar e levas o meu corpo a voar. Se soubesses como desalinhas a minha gravidade, saberias como centrar-te no meu mundo, como governar a cadência dos dias e a vontade de todas as minhas loucuras. Mas a perfeição atinge-se quando o convexo se encaixa no côncavo e ambos se completam um circulo perfeito. Por isso, deixa-me colar o teu corpo ao meu e fazer em uníssono a declaração duma perfeita fusão.

5 comentários:

  1. muito bom este texto. carregado de sentimento

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  2. "Envolves-me no manto translúcido do teu olhar e levas o meu corpo a voar."

    Divino.

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  3. " Por isso, deixa-me colar o teu corpo ao meu e fazer em uníssono a declaração duma perfeita fusão."

    Hummmm...Que Bela Fusão De Corpos, em labaredas de Paixão, numa "Escalada" de sensações misteriosas de prazer.

    Amelie Poulin de Yann Tiersen...Exclente escolha para o que está (D)escrito no texto. Sabe sempre bem, escutar o som suave das teclas de um Piano.

    :)

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