Hoje dedico-me por inteiro aos detalhes perdidos de um corpo que não é meu nem teu, é nosso. Sigo por caminhos comuns, pedaços de pele, tua, nua, que deambulam à vista dos transeuntes mas que ninguém aprecia como eu, ninguém conhece como os meus dedos despidos, sentidos, envoltos nos teus. Quero descer os teus braços e focar-me nos teus pulsos, quero sentir a sensibilidade da tua pele quando te afago, o arrepio que provoco quando toco num pedaço sensível de nós. Muitos pensarão, que segredo há nos corpos, que mistérios escondem as partes despidas de preconceitos, que todos os dias damos como adquiridas e pensamos vazias de apelos. Eu responderia que muito, que há muito escondido naquilo que trazes à vista de todos, que nos teus pulsos se agita a vida, que neles se encontra a morte, mas acima de tudo que escondem a sensibilidade duma pele macia, o arrepio de uma carícia sentida de forma diversa quando tocada pelas mãos certas.
Há tanto que a maioria de nós não entende, quando se esquece que é nos pequenos espaços que nos tornamos mais unidos, que é nos pequenos detalhes que todo o nosso corpo faz mais sentido. Por isso meu amor, hoje quero apenas e só, acariciar-te os pulsos...

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