No exacto momento em que me abstraio da vida lá fora, abres-me a porta do teu infinito, deixando a descoberto o teu corpo, lindo. Pleno, na graça divina de cada contorno que me faz delirar no sentido do toque, no fogo ardente que mata em mim a fome de te ter. Esta clausura é um leito inundado pela ternura que dos dedos se solta como vento, pequeno instante, momento, em que os lábios sorvem os prazeres que apenas o calor dos corpos emana. Perco-me nos delírios, entrego-me à tua dança, perseguindo cada movimento, contorcendo-me para seguir-te cada gesto, neste bailado de luxúria, fazemos a Noite amanhecer com a explosão do êxtase.
É da tua boca que bebo o último gemido, um lânguido beijo que encerra a madrugada, juntos, abraçados, esperamos um novo dia, aguardamos pela alvorada.

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