É no semear as letras que encontro a forma macia do teu corpo que como campo se oferece ao cultivo dos meus desejos. É nesta cama macia, coberta com o cetim da tua pele que deixo meu corpo convexo resvalar no fogo dos teus desejos. Neste mágico deambular de dedos, sou um misto de pequenos segredos que opero na forma circular do teu corpo, neste momento quente em que a expiração é água em ebulição, amo cada pedaço de ti como se fosses o meu próprio chão, o lugar onde caminho, onde habito.
Em silêncio envolvo-te nos meus braços, como a noite abraça o final do dia, nossos corpos encaixam na perfeição, como se fossem esculpidos da mesma peça, cada protuberância preenche a sua concavidade. Nesta cumplicidade somos amantes, os corpos enrolados rolam sobre este ninho de amor, consumidos pela vontade de se ter. Nesta intensidade perdemos a noção de espaço e tempo, estamos agora presos pelas fantasias da nossa libido, deixamos os corpos ao acaso da luxúria e as bocas sedentas aos beijos de loucura.
Depois uma metáfora invade-nos a alma e numa explosão de sentidos somos seres errantes no âmago fervilhante do nosso próprio desejo.

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