Amarro os segredos que partilhamos nos poros molhados da tua pele, eles são cadeados que nos prendem, ligações que se estabelecem na química dos nossos sentidos. Faço descer dos céus a borboletas com que te visto a nudez, sopro no ar os desenhos com que teu corpo quero tatuar, e tu, qual Vénus, recebes e acolhes os meus carinhos, como se fosses deserto, sedento de mimos. Esta alquimia ancestral que fazemos, é um raio cósmico que nos alcança, antiga lembrança das artes mágicas da sedução, da degustação dos prazeres carnais, numa aliança com os infinitos poderes celestiais que nos transforma em semideuses alados, entrelaçados nas recordações da nossa fusão. Tu és em mim comunhão, corpo que se derrete no fluir dum rio de saudades, num mar imenso de verdades que me dás, que te entrega nos meus braços, num abraço apertado, num bailado restrito de fogos de artifício que desenhamos no céu nocturno do nosso momento.

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