Há nas formas um descaminho, um lugar onde me perco. Há nos traços do perfil um destino, um sítio onde me deixo ficar. Os dedos tornam-se selvagens ao caminhar sobre as superfícies porosas da pele, são como felinos que percorrem as vontades deambulando soltos pelas paisagens abertas dum corpo a mim oferecido. Espero pelas tuas mãos num recanto escondido, perdido entre pregas, entre desvios que formam padrões ondulantes de marés nunca antes sentidas. Neste turbilhão, elevam-se lamúrias, gemidos e ternuras que descobrimos com as palmas das mãos. E os vazios preenchem-se de vagas, e os navios são engolidos pelos redemoinhos do prazer. Deixo-te um último afago, antes de te ver adormecer.

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