Deixo os dedos escorrer-te pelo corpo, como se a tua pele fosse o óleo que me impregna as mãos, como se o teu olhar fosse retirado da minha solidão. Não preciso ver, apenas tocar, sentir, a profundidade do teu calor, a loucura do teu ventre quando oscila em ondas de prazer. Não faz sentido acordar, sair daqui para qualquer outro lugar, quando tu és o infinito paraíso onde me quero perder. Não é preciso saber da voz que atira as palavras ao vento, não é preciso sequer perceber o tormento que é não poder sentir este fluxo, este momento de em ti me voltar a deitar, de meu corpo no teu espraiar. Quero, este silêncio eterno, onde nos entendemos, este abraço terno onde nos encaixamos, este beijo profundo onde nos mergulhamos, fusão perfeita de dois mundos, que as letras descrevem como tatuagens na pele fina do teu corpo nu.

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