És em mim um bocado de ti, uma lasca da mesma madeira com que construí as florestas, uma segunda pele que me veste, me protege do frio agreste deste longo Inverno. Anda, vem abrigar-te no meu regaço, nesse infinito espaço que guardo entre meus braços, nesse mundo imenso onde acolho teu corpo, onde beijo teus lábios. Aqui estarás em casa, dentro dos limites do meu corpo serás visita, serás fôlego intenso que acalenta as noites frias. Nestas cinzas serás labareda, e nesta lenha fogueira quente que me abraça. Quero sentir-te chegar, na majestosa pose que se agita no ar, só assim te sei ver, com posses de Rainha, como vestes de nobre elegância que cobrem tua alma imensa. Eu, vergo-me qual súbdito, ajoelho-me ao teus deslizar, como se quisesse teu chão beijar, sabendo que é em mim que queres acordar, depois desta longa noite de Inverno abalar.

1 comentário:

  1. Olá,
    Esse "endeusamento" vem com o tempo e com o amor...
    Abraços fraternos de paz e alegria

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