A névoa suave que cobre os teus contornos é abraço ténue que te guardo. Envolvo-te nas mil estrelas dum manto bordado a luz. Em teus cabelos mergulho, como vento fluído que se derrama em pequenas gotas de maresia. Este espaço ínfimo, em que a intimidade se faz de pequenos detalhes, sou a vaga suave que te invade a pele, o arrepio que em ondas desliza pelos recantos mais escondidos do teu corpo húmido. Sou a tinta que sombreia os teus músculos, a força que agita em turbilhões as tuas vontades. Estas saudades tão prementes que fazem da fluorescência dos astros, fachos acessos nas noites escuras. Tuas lágrimas puras, são sal dos meus lábios, são segredos sagrados que guardo na caixa escondida no recanto infinito da minha alma. E, como se toda esta tela não bastasse, teu corpo preserva a minha singularidade, no carvão suave dos meus dedos que por ti escorrem em suaves lampejos da tua enorme beleza. É assim que fazes sentido em mim.

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