É
profundo este oceano em que mergulho quando te vejo. Esta sensação
de imersão que teu corpo translúcido me oferece. Nesta ínfima
distância que nos separa, neste ângulo agudo em que me perco no teu
mundo. Este grito calado com que te pressinto, este momento alado em
que te velo, é o prazer ultimado de quem sabe como é sublimado o
amor em ti plantado. Neste silêncio, de cumplicidades e olhares, de
toques na ausência do ar, inspira-se sentimento, percebe-se o
tormento de não poder tocar o desejo, de não poder absorver este
ensejo de te ter. Depois, fica a sensação amarga, de não poder
trilhar todos recantos da tua ilharga. Desfaleço na saudade, nesta
dor dilacerante de ser apenas prazer, de ver, de imaginar, de sonhar
ter-te. Visto-me do silêncio, da abstracção e da loucura com que
sustento os dias, fechado na clausura do meu pensamento, que em ti é
vento que percorre a transparência desse tecido que te veste, que
meus olhos despem vezes sem conta, na beleza do teu reflexo de
menina, mulher e amante, sempre frágil e sensível, sempre bela e
dilacerante.
Meu poeta querido
ResponderEliminarPor entre a limpidez do murmúrio das águas...esperas a próxima maré para acolheres nos teus braços o luar desses olhos e nas tuas mãos prenderes todos os sonhos em imagens que acendem todas as lembranças de todas as palavras escritas no silêncio de um olhar.
como sempre adoro ler-te.
Beijinho com carinho
Sonhadora