Acontece-me
ter a percepção clara da curva levemente pronunciada da tua
cintura. Consigo sentir como cada poro teu é estimulado por cada
toque meu. Sei a forma com que mergulhas no espaço aberto do meu
corpo, como se fosse feito de fluido, como se o mar começasse onde
ele termina, como se o prazer encerrasse o segredo da alquimia que
mescla os químicos da nossa magia. A minha presença em ti
remanesce, vem de dentro, e reflecte-se na perturbação agitada com
que te mexes. Esta não é uma conexão qualquer, uma forma estranha
que se entranha em cada detalhe, em cada sentido consentido nesse
entalhe do sombreado curvilíneo do teu prazer. Por isso me partilho,
em pedaços de cor, em formas contundentes que te descem pelo ventre.
Eis-me rio em ti, que se desprende em cascatas dos lábios
sorridentes, dos olhos brilhantes, dos fogos ardentes das entranhas
desenhadas com as pontas delicadas dos dedos do amor. Assim, me faço
em ti homem, fazendo-te mulher em mim.
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