Este delírio, de saber real cada detalhe da tua existência, é êxtase roubado ao prazer de ser simplesmente parte dos teus dedos, da tua boca, dos teus olhos revoltos em mares fluídos de luxúria. Por mais que te crie, te desenhe e te pinte, não há estátua, desenho ou quadro que possa de alguma forma retratar esse misto de essência e pele, de efervescência e mel, que faz da tua breve loucura, um instante de fogo intenso, erupção de um só momento que incinera o ar em teu redor. Eu sou mero espectador desta envolvência, fonte que jorra, em sobressaltos de letras, mãos trémulas, olhar extasiado, instante a ti roubado na perplexidade do teu enlevo. Toco teu corpo em relevo e sinto como se fosse possível o sabor viajar pelo espaço aberto, entre ínfimos milímetros de corpos despertos. Não sei como o Cosmos conspira, como em teu corpo se inspira para deleitar-te os prazeres, sei apenas que te gera, que te agita e concatena num só corpo tantas almas, num só gemido tantos gritos, num só clímax tantos orgasmos. Entrego-me, baixo os braços e a tela fica inacabada, na expectativa de poder terminá-la um dia em que a insanidade se mescle outra vez ao misticismos e num conjuro perfeito se faça magia acontecer e a tua tinta volte de novo a escorrer.


2 comentários:

  1. Olá Alma LInda!

    Palavras Mágicas sempre me levam a algum lugar, também mágico, esse estar no teu mundo.

    bjão!

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  2. lindo poeta, maravilhosamente visual o teu texto.
    beijos,
    maria

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