Hoje fui o arquitecto do teu corpo, tomei-o como se fosse ar, moldei-o como se estivesses a voar. Peguei no Sol e dei-te sombras, peguei na luz e fiz-te cor. Segurei-te nas mãos e fiz-te Deusa, despida de todos os conceitos, desamarrada de todos os preconceitos, criei-te como se de facto fosses minha. E neste silêncio criativo, lembro o detalhe como um momento em que o meu dedo tocou o céu do teu mundo, enquanto teu corpo desnudo, pousa, envolto em véus, disseminando-se por todos os meus céus.
Hoje fiz-te estrela no firmamento da noite, teu semblante angelical tocou profundamente a minha inspiração e o papel branco virou canção em forma de tons pastel, traços com perfume do teu mel que ainda me escorre da ponta dos dedos, como tinta fresca pintando nossos segredos.
Sabes, entre os traços e as letras há a articulação perfeita de quem se serve de ambos para expressar a forma da tua beleza, a simples e singela leveza do teu ar carregado de fragrâncias de eternidade. É ébrio que fico quando nessa fragilidade quase insustentável, me deixas um beijo nos lábios.


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