Sempre,
neste estádio de sublimação, o fulgor em mim é fusão de corpos,
amálgama de peles contorcidas ao sabor dos solavancos mais apertados
da vontade de um tomar o outro. A música é grito contido no gemido
mais intimo duma boca fechada porque saboreia os goles agridoces dos
fluidos em ti derramados. Não há como conter-se perante tamanha
exuberância de desejos. Não há como não pressionar os corpos, um
conta o outro, como se fossem vagas que investem contra rochedos
macios, feitos de algodão e seda. Esta amaragem é ondulação que
obriga o meu fogo a fazer-se espiga, a disseminar sementes pelo vão
macio do teu ventre.
Este
tremer, que quase colapsa a estrutura física das estaturas
prostradas do pós êxtase, demonstra-nos a fragilidade de que somos
feitos, aquilo que nos suspende do ar, como fios invisíveis de cetim
que sustentam a leveza dum ser que não só é, mas que ambiciona
ser vento sobre planície tombada em teu corpo despido de nada.
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