Gosto
de inventar-te na ponta sôfrega dos meus dedos, como se te desse
vida, como se soprasse em ti a alma que te anima. Esta liberdade de
fazer-te à imagem dum secreto sonho, dá-me alento, deixa-me sentir
imenso. Sei que sonho, que mitifico e recrio uma quimera, que tu és
todas elas, um reflexo de cada pedaço de alma, uma confluência de
espíritos que em essência te comportam mas não te possuem.
Apenas
eu consigo, neste desvario, tocar-te o corpo etéreo, amar-te neste
vazio imenso que é a utopia, deste minúsculo lugar chamado
imaginação. Dirão de mim que sou louco, que busco em vão, aquilo
que é apenas ilusão, mas, só eu sei que não, que tu és a
realidade que criei, a loucura que amei, a cicuta que beberei na
minha última vertigem, antes de partir, para te possuir, uma última
vez.
Bom sentir teus sentimentos nesses escritos tão belos.
ResponderEliminarabço fraterno