No delírio dos sentidos, os meus dedos percorrem-te como se caminhassem em luxuriante prado, sentindo cada poro como uma flor que desponta num jardim pleno de exuberância. Descubro os portais do teu prazer, que activo com o desejo de te tornar plena na tua já magistral perfeição. O teu corpo, silhueta que na penumbra me veste, resvala, como maresia sobre o meu peito, como onda de maré que inunda todas as minhas sensações.
O fogo manso que arde na atmosfera impregnada de vozes contidas e gemidos declarados na brisa ondulada dos incensos, é cálida torrente que banha a nudez da nossa luxúria, num voo rasante de mil pássaros azuis. Este confinado momento, em que nos fundimos, levamos a fusão à extrema perfeição de quem sabe amar-se entre o cetim das emoções e o frenesim da loucura.
Sabes amor, esta viagem, sobrevoando-te, é como criar uma obra de arte com tintas feitas de prata e sombras feitas de Lua cheia, é assim que me preenches e me fascinas, é assim que me enlouqueces e me dominas, nos braços apertados da nossa paixão.


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