É
minha a perplexidade do detalhe, aquela inusitada loucura que me
absorve quando os meus dedos pousam levemente sobre a pele nua do teu
corpo. Não saberia dizer-te nesse ínfimo momento, todo o sentimento
que esse roçar de peles pode desencadear. Teria de comparar-te a um
vulcão em ebulição e teu corpo a lava ardente que resvala na
torrente, sendo o meu, ar que queima a cada incandescência. É nessa
rubra cor que enlouqueço ao fazer em ti o amor. Desejo maior, imensa
magnitude que oscila toda a estrutura delicadamente intrincada da tua
existência e, se reflecte no meu âmago, numa turbulência agitada,
como se o oceano fosse, dum momento para o outro, engolir-nos numa
vaga, solidificando-nos ali, fundidos, naquela amalgama de fluidos.
Pode
parecer-te insanidade, falar de tão pequeno momento, com tamanha
comoção, mas, o infinito pode, tantas vezes, caber na palma duma
mão.
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