Se
eu pudesse, inventar-te-ia em prosa, em poesia. Se eu fosse inventor,
criar-te-ia do ar, com cabelos de vento, e corpo de areias macias.
Mas, sendo tão pouco quanto sou, resta-me fazer-te na imaginação
dos meus relatos, neste momentos em que paro
e sinto, como é lindo poder imaginar-te, como cresces dentro de mim,
como árvore num majestoso
jardim. Teu corpo, vertente inclinada, com suaves montanhas
debruçadas sobre o meu peito, é mundo invertido, céu esculpido
numa nuvem qualquer. Eu, prado verdejante, de olhar lancinante
perscrutando constelações, fazendo combinações de estrelas, como
se fossem elas átomos da tua pele. Não sabes do que seria capaz, da
força, da energia voraz que em vagas de criatividade impulsiona este
mundo de fantasia que desenhei no meu pensamento, e onde tu és nele,
monumento que venero.
Espera,
não vás já, apesar do dia reclamar os meus sentidos, quero ficar
aqui, por mais uns instantes, contigo, num singelo abraço inventado
no regaço deste nosso mundo, confluindo para uma sã loucura que é
esta minha forma de ternura. Espera, deixa-me afagar-te a pele,
polir-te o corpo ainda riscado a grosso pelos traços do esboço,
quero fazer-te Rainha, Deusa divina que em mim há ficar, para
sempre.
E se o desenho que traças com os sentidos da tua alma se corporizasse e te abraçasse de verdade?
ResponderEliminarAstrid