É
delirante a descida pelas curvaturas suaves e perfumadas da pele,
como quem busca um arrepio de prazer, um grito de silêncio ao
amanhecer dos corpos impregnados de tensão, no fogo lento duma
paixão transcendente. Não sei explicar, não encontro palavras para
falar, para dizer e escrever a sensação de dentro de ti meu corpo
perder. É vaga a racionalidade, quando tudo em ti é vontade, e eu
te persigo por belos e instigantes abismos até ao mais profundo
detalhe, até ao fundo do teu corpo, como quem talha em madeira
exótica a luxúria da feminilidade.
Louco
serei, insano me confesso, quando por ti desço até mergulhar, nesse
teu mar que alaga o meu leito, nesse teu jeito de me segurar, nesse
teu abraço perfeito que não me deixa cair no vazio. Não
compreendo, como me entrego assim, como propago este desejo de estar
em ti.
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