A minha intervenção sobre a pele despida da tela do teu corpo resume-se ao afago etéreo que o vento esculpe ao passar ao de leve pela rocha nua. Esta sensação de toque perpetua o silêncio com que me concentro em desenhar a carícia mais profunda no místico espaço desta penumbra onde te dispo. Não há volatilidade no momento porque se a brisa passa e segue, este perpétuo toque fica, como tatuagem cravada nas paredes do corpo, nos tectos da alma onde o abraço é fortuito e o sentido intuito de posse de que não abdico no momento de te amar.

Inimaginável é o limite deste quarto de paredes vazias, onde a noite parece dia e todos os segundos, magia, feita das palavras murmuradas, das sensações emprestadas por corpos de lascívia. Se eu pudesse usar as minhas asas e voar por dentro dos teus pensamentos, saberia que me permitirias tomar-te na plenitude da essência que em nós é marcante laço, apertado e conciso que nos cinge num abraço, apertado.


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