Não é fácil conter as sensações, fazer com que caibam num simples segundo, num instante de devaneio. Como despoletar essa energia mágica que electriza os poros e incendeia a pele projectando um fogo-de-artifício que ilumina a escuridão do quarto. Será que sentes as minhas mãos escorrer como água corrente pela luz brilhante da tua aura? Será que sentes o peso da minha alma? Gostaria de provocar-te um suspiro, como se soltasses dos lábios uma leve brisa que agitaria os meus fluidos. Quisera poder desaguar no teu delta, como se fosses Vénus ou Afrodite, como se não existisse mais que este minuto, após o sublimar da vontade, da crença de ser infinitamente imenso em ti. Por vezes apenas o meu olhar contorna cada curva da tua existência, moldando e acariciando essa silhueta que em contraluz produz a sombra necessária para me fazer sentir o infinito. Diz-me, gostarias que o meu corpo fosse no teu tangente, corda que te prende neste circulo de loucura, neste sonho de aventura? Diz-me, é o meu amor imerso no teu âmago, a chama que clama pela tua imaculidade? Ou serei eu, pobre pecador que em preces se ajoelha no altar da tua adoração. Diz-me por favor, se é isto o Amor.


Sem comentários:

Enviar um comentário