A onde me leva o teu pensamento? A que recantos? A que momentos? De que forma te preencho? Estas são constantes questões que me assolam, um mar de constelações enleadas nos teus cabelos, que penteio com os dedos do tempo, na placidez do silêncio, procurando descortinar as respostas. Desgoverno o corpo, sinto o fervilhar da ansiedade, e os dedos enredam-se nas palavras que não te digo. Será medo da reacção, ou apenas, a tímida interjeição falando mais alto que a coragem de ser completamente sentido por ti. Sabes como não te olho profundamente com receio de mergulhar nesse lago que é o teu brando olhar. Sabes como desenho aleatoriamente com as mãos os mundos que invento, sobre a tua pele matizada de emoção. Sabes, sei que sabes, que detrás de todas as tuas palavras há um devaneio contido, escondido no ínfimo canto dum mundo que comigo queres descobrir. Vem sentar-te no meu colo, nessa intimidade pungente que nos descontrola e faz das bocas sequiosas cordas duma mesma viola, dança-me o corpo, agita-me na ondulação perfeita desse oceano que és.


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