De todas as montanhas do Universo, são as do teu corpo que quero escalar, com a subtiliza de quem sente a cada toque a maciez da pele despida, a cada curvatura do perfil a sombra que aperfeiçoa os contornos dum corpo arrepiado pelo prazer de ser tocado.

Este mundo tão teu, onde cada planície se estende a perder de vista, é espaço da minha deriva, onde o Sol do teu olhar ilumina os passos firmes dos meus dedos rumo aos desconhecidos desfiladeiros do teu paraíso de mulher. Ousas provocar-me, forçando-me a contornar-te em apertados trilhos, onde poros afilados são sinónimo dum prazer despertado pela sensibilidade da minha língua que prova o agridoce paladar do suor da tua pele.

Por mais que explore todo este imenso relevo que te faz, jamais me canso de aprender de novo cada pequeno detalhe, cada sombra em perspectiva, cada lugar secreto, gruta escondida onde nasce a essência da própria criação. Serei em ti eterno vagante, que perscrutará infinitamente as belezas e o prazer de no teu corpo viver.