Na nudez desbravada pelas minhas mãos, descubro a suavidade do toque num corpo amadurecido pelo vento. Na erosão do tempo sou sopro que navega à deriva dos sabores que a tua pele exala. Sou mar de lágrimas e suor reclamado pelo prazer de te ter. Igualmente me perco nos recantos, nos detalhes e nos preâmbulos de um instante aguardado, resguardado para o último suspiro antes da libertação do êxtase. Não seguro na garganta o ranger do ar que se faz gemido premente quando meu corpo em fúria se distende numa onda de lava que do seu abismo se derrama, em ti. Não controlo a boca que em beijos lânguidos percorre insistentemente a tua língua como se tivesse naufragado e andasse à deriva. Os braços são como cordas, são laços que se enrolam em abraços perdidos, nestes corpos esquecidos na cama nua. As estrelas, são pontos brilhantes, ou, serão pirilampos que na compressão das pálpebras invadem a escuridão dos olhos bem cerrados no prazer de sermos em nós amados. Teu corpo é a minha terra, o lugar onde lavro com as pontas dos dedos, onde planto a minha semente que da humidade do teu útero se faz fecunda, cresce, amadurecendo os seus frutos nas maçãs coradas do teu rosto reluzente.

1 comentário:

  1. “Teu corpo é a minha terra, o lugar onde lavro com as pontas dos dedos, onde planto a minha semente que da humidade do teu útero se faz fecunda, cresce, amadurecendo os seus frutos nas maçãs coradas do teu rosto reluzente.”

    …Quem será a “Musa”, que o faz transbordar tais palavras?!?: )

    Como sempre...muito Belo.

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