O sussurro trémulo da tua voz atinge o meu corpo como uma vaga de mar. Estremeço, como se fosse uma palmeira em praia perdida. As tuas mãos, são minhas, por elas desço ao delírio dos teus sentidos, o teu suor é o sal com que lambo a tua pele, o silêncio deixou-se agitar pelos sons dos corpos que oscilam em frenesim. Há no teu corpo uma obra de arte, uma escultura que fazes com teus dedos. Os meus olhos são o vento que te roça o corpo despido e molda cada curva, contracurva, ausência de rectas por onde perco todos os meus desejos. Os lençóis são velas acesas, são pedaços de peles por nós despidas, são gritos amarrotados pelos próprios sentidos, quero em ti me perder. Nos braços do fogo, ardemos suavemente, num lume cada vez menos brando, num murmúrio cada vez menos calado, na explosão dum momento, que sabemos em nós eterno.

2 comentários:

  1. Uaaaaaaaaau!!! Você continua o mesmo... profundo...

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  2. Esta maravilha de tornar dois, um.
    E, a música de fundo. Extasia.

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